BA 182 | Vendedores de autopeças de todo o País comentam sobre a profissão

Para quem trabalha com vendas, dedicação, paixão e capacitação constante fazem a diferença, como mostram os exemplos

Ranieri Leitão, presidente do SSA-Ce e Sincopeças Brasil

Em homenagem ao Dia do Balconista, comemorado no dia 26 de novembro, o Balcão Automotivo realizou uma série de cinco lives, durante toda a semana do dia 22. Ranieri Leitão, presidente do SSA-Ce e Sincopeças Brasil, e Heber Carvalho, presidente do Sincopeças-SP, falaram sobre a importância da certificação ABNT para os vendedores de autopeças.

 

 

 

Heber Carvalho, presidente do Sincopeças-SP

“Ter por trás uma Associação Brasileira de Normas Técnicas normalizando a sua profissão, para que ele possa ser certificado e ganhar notoriedade no Brasil, isso tem um espaço muito interessante para esse profissional”, disse Leitão. “A norma já foi homologada, agora ela precisa ser posta em prática. Isso vai valorizar muito mais as empresas, em função do balconista profissionalizado”, comentou Carvalho.

 

 

Rodrigo Moreira, presidente Sincopeças-RJ

Rodrigo Moreira, presidente Sincopeças-RJ, falou sobre a dificuldade de renovação de profissionais no balcão, uma preocupação que não é só das autopeças. “Eu vejo isso acontecendo em vários ramos do comércio. A troca de experiência dos mais experientes com os mais novos que estão começando é fundamental para qualquer empresa e em autopeças não é diferente”.

 

 

 

Max Soares, da Cobra Rolamentos e Autopeças, do Rio de Janeiro (RJ)

Nas palavras de Max Soares, da Cobra Rolamentos e Autopeças, do Rio de Janeiro (RJ), é preciso querer aprender. “Trazer novas pessoas para esse segmento é muito difícil, pois o vendedor balconista precisa ser técnico, tem que estudar e entender de autopeças, tem que querer aprender e está aí a dificuldade, pois hoje não existem cursos profissionalizantes para se formar balconista de autopeças, ele vai aprender no dia a dia”.

Tecnologia

 

 

Carlos Maia, gerente Comercial da Josecar Autopeças,

Gerente Comercial da Josecar Autopeças, Carlos Maia, destacou a importância das tecnologias nos dias atuais, independentemente do perfil do público-alvo da loja. “A empresa perfeita hoje tem que entender que existem diversos tipos de clientes. Há pessoas que gostam de comprar pela internet e que gostam de tecnologia. Tem que ter pessoas preparadas para esse nicho de mercado”.

 

 

 

Daniel Alves de Moraes Jr., da SK Mobility, de Osasco (SP)

Na SK Mobility, de Osasco (SP), Daniel Alves de Moraes Jr., conta que a tecnologia já faz parte do dia a dia, em especial, o WhatsApp. “De uns anos para cá, ele se tornou uma ferramenta indispensável. Antigamente, atendíamos muito via rádio, mas ele foi extinto. O WhatsApp tomou o lugar do rádio e de parte do telefone, embora a gente ainda use-o muito”.

 

 

 

 

Julio Cesar Sampaio, o Balconista dos Pampas, da Cristal Auto Peças, de Porto Alegre (RS)

Julio Cesar Sampaio, o Balconista dos Pampas, da Cristal Auto Peças, de Porto Alegre (RS), contou que pela característica de sua região, eles estão na contramão desta tendência. “A nossa loja prioriza o atendimento no balcão, o nosso público prioritário é o mecânico. Temos três linhas fixas de telefone e, para nós, WhatsApp é apenas para comunicação, para tirar alguma dúvida”.

Profissão

 

 

 

André Figueiredo, da Total Auto Peças, de Campo Grande (MS)

Para André Figueiredo, da Total Auto Peças, de Campo Grande (MS), a profissão mais completa que existe no mundo é a de vendedor. Depois de um bom tempo como balconista, ele fundou a sua própria loja e vê que ainda há um futuro longo para o balcão. “Pode mudar muito o formato dele, mas ele não vai acabar. E se acabar, tem muitos anos ainda para a gente ganhar dinheiro com o balcão, além de ele ser uma paixão”.

 

 

André Keppe, da Keppe Consultoria

Paixão que André Keppe, da Keppe Consultoria, confirma. “Eu comecei bem cedo na profissão, aos 13 anos de idade, cheguei a ter minha própria loja e-commerce, 100% virtual, há 10 anos, me afastei por um ano para gravar o meu CD (ele é cantor) e voltei para gerenciar uma loja. Hoje, eu atuo mais na consultoria de peças e serviços, quase 100% externo”.

 

 

 

Danielle de Oliveira, da Embrepar Distribuidora de Peças (PE)

Danielle de Oliveira, da Embrepar Distribuidora de Peças (PE), está no setor há quase 20 anos e deixa uma mensagem: “Não deixem o ramo, ele é muito bom”. Mas tem que ter força de vontade. “Chegar de manhã, esperar o cliente e depois ir embora, grande parte dos novos balconistas faz isso. Tanto que se falar para o balconista se ele quer ser fixo ou comissionado, 95% dirão que querem ser fixos. Para mim, o céu é o limite”. Ainda de acordo com ela “às vezes, ele não será o que mais vende, mas tem que estar entre os melhores”.

Remuneração

Wellington de Oliveira, da Molina Auto Peças, de São Paulo (SP)

Da Molina Auto Peças, de São Paulo (SP), Wellington de Oliveira, segue à risca o que Danielle disse. “Eu não penso só em ganhos, mas em tratar bem o nosso cliente para que ele venha e nos procure, sem ele, não temos ganho. Na loja eu tenho o fixo e a comissão dos produtos vendidos. Quanto mais eu vender, mais serei remunerado. Eu me sinto um profissional recompensado pelas minhas habilidades e tenho o maior orgulho de ser balconista, foi a profissão que eu aprendi”.

Max Soares também falou sobre remuneração. “Quem trabalha com comissão, o desafio é diário. O ganho dele depende mais dele do que da própria empresa, quem trabalha com comissão tem que se desafiar diariamente. A remuneração de um profissional de autopeças, tanto no atacado como no varejo, é muito boa. Quem já está estabilizado não quer sair”.

Capacitação

Nicolau Neto, da Onn Consultoria

Na visão de Nicolau Neto, da Onn Consultoria, nada substitui o contato pessoal, o olho no olho e o encantamento. “As capacitações técnicas são necessárias, porém, as paralelas, como a comunicação e as técnicas de vendas, mesmo que não ligadas diretamente a setores específicos, e as capacitações de relacionamentos interpessoais, são de extrema importância”. Por outro lado, ele disse que por comodidade e um novo hábito de vida, as pessoas vão continuar comprando pela internet.

E na parte de capacitações, ele destacou a internet, em especial o YouTube que proporciona conhecimento de forma gratuita, só temos que investir o nosso tempo. “Todo mundo fala em capacitação de forma constante, eu acho isso maravilho, a gente nunca vai saber tudo. E a gente pode estar tanto se renovando, se reciclando para acompanhar as novas tendências como também uma capacitação técnica específica ou paralela de forma independente da empresa investir ou não na capacitação”.

Alexandre de Souza, da Rolemar Distribuidora de Autopeças

Também para Alexandre de Souza, da Rolemar Distribuidora de Autopeças, as ferramentas digitais não substituem o relacionamento presencial. “O público jovem acha que vai substituir tudo, ele (o digital) é um complemento valioso, tanto que desenvolvemos o nosso programa novo de compras pela internet. Ao mesmo tempo, tivemos que ter o cuidado de mostrar que o relacionamento é muito importante. A máquina é fria, às vezes por um centavo ou por não entender a relação custo/benefício daquele produto, o cliente te troca, ou troca a marca pelo concorrente”.

 

Rodrigo Feil, da BL Auto Peças, de Ivoti (RS)

Para Rodrigo Feil, da BL Auto Peças, de Ivoti (RS), com a entrada cada vez mais de novos veículos e novas tecnologias, informação nunca é demais. “Tem que se especializar e estudar. A cada dia são novos itens e não conseguimos ter todos eles”. Segundo ele, o vendedor precisa ser completo. “Ele tem que ler o cliente, não basta apenas o telefone, o Skype e o WhatsApp”.

 

 

 

Laura Rocha, da Auto Imports, de Vila Velha (ES)

Estar sempre aprendendo e dar o melhor de si, foi o que disse Laura Rocha, da Auto Imports, de Vila Velha (ES). “Quando a gente trata bem o cliente volta, se ele vê confiança e profissionalismo em você. Por mais que tenha o WhatsApp, o contato físico ou por telefone é essencial. Temos sempre que pegar dicas no YouTube sobre novidades, nem sempre as empresas nos mandam, e temos que correr atrás”.

A respeito da sua profissão, Laura falou que não tem do que reclamar. “Está muito bom, sempre queremos mais, pois no setor de vendas ganha-se por comissão e na comissão você ganha um extra muito bom. Um vendedor hoje está ganhando melhor que muitas pessoas formadas e que não atuam no seu ramo”.

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