BA 183 | Representantes do setor reforçam “a pujança do comércio eletrônico”

Ano a ano os resultados têm sido positivos em diversos setores, incluindo a reposição de autopeças

Pelas projeções mais recentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o comércio eletrônico cresceu 38% em 2021 em relação a 2020, totalizando um faturamento em torno de R$ 304 bilhões. De acordo com um estudo da Conversion, em novembro de 2021, 67% dos acessos a e-commerce foram feitos por celulares, por outro lado, um terço dos acessos a esses sites continua sendo feito por desktops.

Entre os canais de acesso dos consumidores aos sites de e-commerce, o destaque ficou para o tráfego direto, quando o endereço da loja é digitado no navegador, com 43,4% das visitas, e a busca orgânica, com 25% da audiência, considerada o canal de tráfego mais importante do e-commerce brasileiro.

No setor de autopeças cresce o número de novos adeptos ao comércio eletrônico, seja com sites próprios, com a participação em market place ou em ambos. Quem está colhendo bons resultados, por exemplo, é a ArsenalCar, que no ano passado teve um crescimento por esse canal de 28%.

Thiago Arantes, CEO da AsernalCar

“A crise econômica que a pandemia gerou em todo o mundo mudou alguns cenários por completo, vemos as grandes lojas de cosméticos voando em meio a um caos generalizado e, em contrapartida, o setor de moda indo ladeira abaixo dia após dia.

Nosso mercado de autoparts foi considerado como essencial desde o início da pandemia, então as lojas físicas não fecharam. Mesmo com as lojas abertas, tivemos um crescimento de 28% em 2021 em relação a 2020”, afirma o CEO, Thiago Arantes.

Ele conta que a ArsenalCar atua 100% online desde 2012, tanto com site próprio, quanto nos marketplaces. Os canais de vendas de forma diferente e independente desde os conteúdos até as fotos. Fazemos parte de um grupo socioeconômico que mescla duas empresas, quando falamos de canais de vendas. Uma focada no B2B físico e a ArsenalCar sendo um canal 100% online”.

São diversos itens em catálogo, desde cabos e chicotes de som até para-choques e, semanalmente, foram realizadas ações incentivando as compras online. “Nos últimos anos, nos consolidamos com uma vasta experiência em importação de produtos de linha de colisão, dessa forma temos uma variedade bem grande de faróis, lanternas e para-choques. Com esse foco na importação e na qualidade no desenvolvimento da linha, nossos itens de maior saída são os faróis e lanternas”, especifica.

Arantes destaca que este ano será histórico para o grupo. “Passamos anos estudando uma forma de compartilhar nossa estrutura, relevância, know how e tecnologia com o setor de autoparts. Nas reuniões de brainstorming, tínhamos como meta desenhar um modelo de negócio para mudar a forma de venda online para o setor de forma definitiva e sempre soubemos que era um projeto ousado e desafiador porque já temos um mercado bem consolidado”.

Para eles, 2020 foi um ano de aquisições de empresas para o grupo, a fim de complementar esse projeto, e agora eles estão prontos para lançar uma nova plataforma de vendas para o setor. “Nela, nós iremos compartilhar todo o nosso parque tecnológico e força de marca com os varejistas de todo o Brasil, proporcionando facilidade na gestão online de suas vendas para quaisquer canais online, além de alavancar as vendas de forma robusta”.

Para finalizar, ele diz que acredita que estão prestes a mudar a forma como o varejista se relaciona com os marketplaces e vendas online como um todo. “Nós estamos focados em abrir caminhos para uma transformação digital irreversível do varejo automotivo”.

Diversificação de canais

Wandeson Molina, diretor da Auto Peças Molina, de São Paulo (SP)

Wandeson Molina, diretor da Auto Peças Molina, de São Paulo (SP), conta que o primeiro passo foi dado com as vendas digitais pelo Mercado Livre, em 2010. Posteriormente, eles criaram o próprio portal, hoje em sua terceira versão, além de estarem integrados às maiores plataformas de market place do setor.

“Estamos bem evoluídos na parte tecnológica, trabalhamos bastante, digamos assim, com a cauda longa, explorando ao máximo o número de itens possíveis no comércio eletrônico. Nós temos 80 mil itens disponíveis à venda e acredito que nem 50% deles estão anunciados. No nosso site até temos um anúncio mais simplificado, mas no market place ele tem que ter bastante qualidade para conseguir alavancar bastante as vendas. Estamos trabalhando para aumentar o número de itens anunciados e chegar nesta qualidade”, afirma.

Molina conta que anualmente a taxa de crescimento, média, do comércio eletrônico para eles é de 20%, que há muito espaço para crescerem, e que somente dos itens eletrônicos as vendas representam cerca de 40% do total e as demais 60% são na loja física. “A internet é um canal relativamente novo, apesar do boom que teve em 2020 e em 2021, a concorrência também aumentou”. E ele aproveita para deixar uma dica.

“Quem está entrando, vai entrar no comércio eletrônico, ou quem já está dentro, cuidado com o resultado. Hoje o pessoal quer vender, isso é legal, mas o importante é ter resultado e ter cuidado também com os compromissos com os impostos. Tem gente que vende na internet e não está recolhendo os devidos impostos. A carga tributária para quem vende online é outro fator de bastante relevância que vale a pena destacar”, especifica.

Expansão

Roger Andrade, gerente de Marketing e Comercial da Perim Auto Peças

Em abril de 2019, a Perim Auto Peças estreou no comércio eletrônico, mas com volume e relevância, desde janeiro de 2020. Hoje, os principais itens comercializados por esse canal são sensores de motor, válvulas para bancos e retrovisores. Gerente de Marketing e Comercial, Roger Andrade diz que em 2021, o crescimento foi de 34% em relação a 2020 e que poderia ter sido maior. “Este crescimento só não foi maior porque tivemos um problema com nossa loja principal em um e-commerce”, explica.

Em sua opinião, a pandemia fez com que nós, consumidores, tivéssemos que adquirir novos hábitos de consumo e o comércio on-line foi um deles, inclusive na minha visão, entendo que seja o principal hábito hoje. “Com o incremento das compras online, as empresas tiveram que se adaptar e tornar essas vendas muito mais eficientes. Acreditamos em um crescimento significativo para 2022 e, com certeza, teremos muitas novidades neste ano. Hoje, a venda oriunda do comércio eletrônico representa 2,31% do nosso faturamento anual”.

Novos mercados

Matheus Huff, diretor da Mundo do Caminhão

Em Vacaria (RS), a Mundo do Caminhão, criada em 2015, atua 100% online e no ano passado registrou um crescimento de 92% em relação a 2020. “Os principais motivos para este resultado são a consolidação do novo modelo operacional e dos investimentos em atendimento e logística”, informa o diretor da Mundo do Caminhão, Matheus Huff.

Atendendo principalmente as regiões Sul e Sudeste, Huff conta que desde 2018 o crescimento tem sido superior a 75% ao ano. “Esperamos manter neste ano o ritmo de crescimento acima de 80%. Ainda neste primeiro trimestre, nós iremos inaugurar uma filial no Centro-Oeste, além de uma estratégia agressiva de aumento no portfólio de peças, entrando em novos mercados”.

Mercado livre

Diego Araújo Santos, gerente de Marketplace do Mercado Livre

Uma das categorias que se destaca no Mercado Livre, tanto em busca quanto em resultado de vendas, é a de Peças e Acessórios. “Não abrimos dados específicos sobre o tema, mas registramos, mensalmente, mais de 100 milhões de buscas em toda a categoria”, diz Diego Araújo Santos, gerente de Marketplace do Mercado Livre.

Segundo ele, “o excelente desempenho se deve à experiência de compra no Mercado Livre. Além de sermos muito cuidadosos com os prazos de entrega, já que muitas vezes, o comprador precisa da peça o quanto antes porque está com o carro parado na oficina, temos outros benefícios, como uma ferramenta de pesquisa de compatibilidade, que ajuda a garantir que você está comprando uma peça que vai servir no seu carro ou moto. Temos também um sortimento extremamente completo, com peças para veículos novos e antigos, nacionais ou importados, além de parceria direta com montadoras”.

Para este ano, ele acredita no crescimento da penetração do e-commerce. “Quanto mais as pessoas têm a oportunidade de experimentar as compras online, mais elas se sentem confortáveis com isso e se tornam consumidores recorrentes. Ainda temos muito a crescer”.

E para quem participa do Mercado Livre, Santos comenta as principais vantagens. “O Mercado Livre, enquanto principal e-commerce da América Latina e do Brasil, pode ajudar os vendedores a alcançar compradores em todo o País. Com o poder do nosso ecossistema, que envolve não apenas a venda, mas a inteligência e operações logísticas, pagamentos, anúncios e até mesmo Shops, que auxilia nossos clientes a ter seu próprio site integrado ao Mercado Livre, podemos ajudá-los a fazer parte do avanço do e-commerce”.

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