Fila de espera por motos persiste, apesar da alta de 22,3% na produção

Segundo Abraciclo, quem procura motos de baixa cilindrada e scooters tem de aguardar 30 dias

Do Automotive Business

A produção de motos em abril recuou 17,4% em relação a março ao somar 112,7 mil unidades. Os motivos foram o menor número de dias úteis por causa dos feriados, e também o baixo volume fabricado pela Yamaha (vice-líder de mercado). No acumulado do ano, a produção local subiu 22,3% e alcançou 439,8 mil unidades. A alta, contudo, não foi suficiente para formar estoque nas revendas e ainda faltam produtos para pronta entrega.

“A fila de espera hoje é de cerca de trinta dias para motos de baixa cilindrada e para scooters, que são muito utilizadas nos serviços de entrega e para deslocamento urbano”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. No começo de 2021 a espera chegou a 120 dias para alguns modelos. O problema foi causado pelos impactos da Covid-19 nas linhas de montagem.

E a falta de componentes eletrônicos também prejudica a produção, caso da Yamaha. Em abril, a japonesa fabricou apenas 16,9 mil unidades, o segundo pior resultado de 2022, atrás apenas de janeiro (15,5 mil). No acumulado do ano, a produção da marca registrou ligeira queda (-1,3%) na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado, enquanto a Honda teve alta próxima a 30% nesta mesma comparação. Segundo a Yamaha, suas linhas voltarão ao normal a partir de junho.

Vendas no atacado crescem 29%

O número de vendas no atacado (das fábricas para as lojas) confirma a urgência que os concessionários têm para abastecer suas revendas. Em abril foram 117,8 mil unidades entregues, indicando pequena queda de 5,6% na comparação com março. E o acumulado de janeiro a abril aponta alta de 29%, com 420,4 mil motos distribuídas a partir de Manaus para todo o Brasil.

As concessionárias se desdobram para atender a um mercado que emplacou no primeiro quadrimestre 382,5 mil motos, o melhor resultado para o período em sete anos. A análise isolada de abril mostra que o mês teve 107,7 mil unidades emplacadas e alcançou média diária de 5.669 unidades, a maior para este mês desde 2014.

Exportações ladeira abaixo

O mês de abril teve exatas 3.946 motos enviadas ao mercado externo, duas a mais que em março. Mas o total dos quatro meses ficou em 14,5 mil motocicletas, queda de 16,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 17,4 mil unidades já haviam deixado o país.

A projeção da Abraciclo no começo de 2022 estimava 54 mil motos exportadas para o ano, mas os números atuais indicam que esse total só será alcançado com melhora no cenário argentino para o segundo semestre. O país vizinho é o principal parceiro comercial do Brasil e também o maior comprador das motocicletas fabricadas em Manaus.

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