Motivado a desafios, Alexandre Dias começou a empreender com apenas 19 anos

Hoje, o Grupo Guia Norte tem quatro linhas de negócios no setor automotivo

Dividido em quatro frentes, o Grupo Guia Norte, localizado em São Paulo (SP), é formado por um centro automotivo, que anos depois aderiu à bandeira Bosch Car Service; uma oficina de funilaria e pintura, que ganhou a marca da maior fabricante de tintas, a PPG; uma revenda de pneus com a bandeira Continental, e para o mercado corporativo, uma empresa dedicada à preparação e entrega de veículos de locadoras. Ao todo, são 34 colaboradores.

Neste ano, o Grupo completa 27 anos de atividades e tudo começou quando Alexandre Dias tinha 19 anos de idade e foi emancipado para abrir o seu negócio. O seu pai tinha uma distribuidora de autopeças, mas ele optou por outro caminho. “Eu sempre gostei da prestação de serviço, de encantar o cliente e fazer algo que o surpreenda. Por isso, decidi abrir um centro automotivo, isso foi no ano de 1995 e pouco tempo depois, ele ficou pequeno”.

Alexandre Dias, diretor do Grupo Guia Norte

O próximo passo, em 2002, foi buscar um espaço maior, Alexandre tentou em dois lugares, sem sucesso, e acabou montando uma segunda unidade, o que para ele foi uma decisão muito certeira. “A primeira estava em um bairro mais periférico, onde o poder aquisitivo era menor. Com a segunda loja, na Vila Guilherme, automaticamente, o meu tíquete médio subiu bastante nos primeiros meses. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, afirma.

Ambas em unidades próprias, mais uma vez, elas ficaram pequenas. Ele vendeu a primeira delas e adquiriu um terreno com um prédio comercial de 1.000 m2, onde atualmente é a matriz do Grupo e o estoque central das lojas. Como ele diz, “aqui é o QG do Grupo”. A ideia inicial era alugar a segunda unidade e ficar com uma única, nove meses se passaram sem que isso acontecesse e ele começou a usar o espaço para guardar carros.

“Em 2011, as pessoas compravam carros novos sem entrada, em até 72 meses e os serviços de reparação diminuíram muito. Foi quando eu comecei a ir para a área corporativa, atrás de locadoras e frotista. A minha loja lotou de clientes de frota, por outro lado, os particulares não conseguiam entrar na loja e eu perdi muitos clientes. Depois, eu não cometi o mesmo erro, quando eu abri a segunda loja, que na verdade era a primeira, eu separei muito bem uma coisa da outra, lá eu foquei o atendimento somente para a pessoa física e deixei a loja maior focada no cliente corporativo”, explica.

Novas frentes

Loja com a bandeira Continental, localizada na Vila Guilherme

Nesse meio tempo, ele conta que surgiu a oportunidade de trabalhar com funilaria e pintura. “As empresas para as quais eu prestava serviço começaram a me cobrar por isso. Por eu não saber como funcionava o negócio, primeiro eu terceirizei, mas percebi que para manter a minha qualidade, eu não ganharia nada, e para ganhar alguma coisa, eu colocaria a minha qualidade em xeque e comprometeria a minha mecânica. Foi assim que surgiu a terceira loja, trabalhando com recursos próprios”.

O quarto negócio é na parte de mobilidade. Para ele, um pátio de aproximadamente 3.000 m2 tem a capacidade para cerca de 300 carros, onde é feita a preparação e entrega de veículos de locadoras. “Hoje, a minha grande parceira é a Localiza, a maior locadora do País, e a oportunidade veio por eu ter percebido um nicho para atendê-la. O carro não é retirado na Localiza, mas sim, na minha empresa. Eu ganho por cobrar o estacionamento e também por fazer a manutenção dos veículos que são devolvidos”.

A importância das marcas

Oficina de funilaria e pintura localizada na Vila Maria

Ao longo dos anos, Alexandre sempre manteve o seu network, o contato com os profissionais de organizações e do setor produtivo, como o Senai, Senac, Sesc e o Senat. “Eu sempre tive um network muito bom e conhecendo pessoas, acabei sendo procurado pela Bosch, para ser uma Bosch Car Service; pela Continental, para transformar a loja focada em pessoa física, em uma revenda de pneus. Na parte de funilaria; pela PPG para fazer uma loja conceito, e também tenho parceria com a Motul”.

Segundo ele, aliar-se a grandes marcas eleva a empresa para outro patamar. “Percebi que temos que estar sempre aliados às grandes marcas, isso traz credibilidade, te leva a abrir novos caminhos e você se relaciona com pessoas do mesmo patamar”, afirma.

Aprendizados

Como para todos os empresários nem todas as oportunidades se transformam em negócios, no caminho de Alexandre isso não foi diferente. “Estudei entrar no segmento de GNV e vi que o público era diferente e não combinava com o meu perfil”. Outra ideia foi o de blindagem. “Por ser muito cara, não adianta terceirizar, pois você não vai conseguir vender para ninguém. Tem que ter a sua blindadora”, afirma.

Agora, ele já vislumbra um futuro próximo. “Eu penso muito na frente, não que eu seja melhor que ninguém, mas é o meu perfil. Eu me preocupo muito com o amanhã, não faço a minha gestão pensando neste ano, mas sim, em 2030. Inclusive, anos atrás, eu li que na Alemanha a produção de veículos a combustão será interrompida em 2030 e que só existirão carros elétricos. Aqui no Brasil vai demorar um pouco mais, mas eu já tenho um funcionário fazendo cursos sobre carros elétricos”.

E tanto para economizar na conta de energia, como também para atender aos veículos elétricos, Alexandre está implementando a energia solar na empresa. “A minha ideia é colocar internamente uma estação de abastecimento, o que para mim não custará nada, já que a fonte de energia vem do sol e eu não preciso cobrar isso do cliente. O que significa ser politicamente correto, mais sustentável, o que é bom para a imagem da empresa”, finaliza.

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