Pesquisa da CNT retrata o perfil do transporte rodoviário de cargas no País

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou recentemente uma pesquisa inédita, a primeira de uma série que mostra o perfil das empresas que atuam no setor de transporte de cargas. Intitulada “Pesquisa CNT Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário de Cargas”, ela traz dados sobre frota, idade média, manutenção, roubo de cargas, entre outros. Os participantes da pesquisa foram empresários de uma base representativa do setor.

Hoje, atuam no transporte de carga 266 mil empresas, mais de 847 mil transportadores autônomos e 519 cooperativas. Juntos, eles têm uma frota de 2,5 milhões de veículos de transporte de cargas, entre veículos automotores e implementos rodoviários. A pesquisa constatou que quando comparado há 15 anos, houve um incremento de 70% no número de caminhões. Já a idade média é de 14,32 anos, sendo que entre os autônomos é acima de 20 anos e, entre as empresas de transporte, de cerca de 10 anos.

Manutenção

Questionadas sobre a manutenção dos veículos, 44% das empresas entrevistadas disseram que realizam a manutenção da sua frota apenas em oficinas terceirizadas e 40,5% afirmaram que utilizam tanto as oficinas próprias quanto as terceirizadas. Apenas 13,4% realizam a manutenção em oficinas próprias. A pesquisa também mostrou as diferenças por portes das empresas: 74,1% das grandes empresas utilizam oficinas próprias, percentual que cai para 47,6% entre as de médio porte, para 37%, nas pequenas empresas e, entre as microempresas, 24,4% utilizam oficinas próprias, porém parte delas também utiliza oficinas terceirizadas.

Renovação da frota

De maneira geral, a pesquisa mostra que 50,6% das empresas entrevistadas não têm um programa próprio de renovação da frota, mas, considerando as 47,4% que têm, isso é uma perspectiva positiva para o setor. E quanto menor o tamanho da empresa, menos esse programa está presente. Tanto que somente 11,1% das microempresas possuem programa próprio de renovação da frota. Entre as de pequeno porte, esse percentual sobe para 25,2%, e nas de médio e grande portes, 45,2% e 70,7% delas, respectivamente, têm esse programa.

Custo

Em média, o custo operacional dos transportadores aumenta em cerca de 30,9% por causa das condições insatisfatórias do pavimento das rodovias brasileiras. Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias de 2021, somente 12,4% da malha rodoviária brasileira é pavimentada e, mesmo assim, 61,8% da extensão total avaliada foi classificada como Regular, Ruim ou Péssima. Entre as rodovias sob gestão privada, 74,2% da extensão foi avaliada como Ótima ou Boa, por outro, 71,8% da extensão das rodovias geridas pelo poder público tem situação inadequada.

Gargalos

Entre as principais demandas das empresas de transporte de carga, na maior delas é por motoristas, 65,1% dos entrevistados falaram sobre a carência desses profissionais, 19,2% citaram a falta de profissionais para as atividades de mecânicos/manutenção, gerentes operacionais (15,1%) e profissionais da área administrativa (14,4%).

Roubo de carga

Continua sendo um dos principais entraves para a operação do transporte rodoviário de cargas no País. Apesar de uma tendência de queda ao longo dos últimos cinco anos, identificada na pesquisa, com base em dados do Sinesp, entre janeiro e outubro de 2021, foram registradas cerca de 11 mil ocorrências, o que mostra que o roubo de carga ainda é um grande desafio a ser enfrentado.

A pesquisa está disponível no portal: https://cnt.org.br/agencia-cnt/pesquisa-inedita-da-cnt-retrata-o-transporte-rodoviario-de-cargas-no-brasil

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