BA 192 | Valtermário Rodrigues comenta a importância de assumir riscos

O título “riscos e mossas” nos remete a possíveis danos ocorridos na lataria de um veículo, entretanto, abordaremos esse tema sob a perspectiva da natureza humana.

Correr riscos, principalmente durante a juventude, faz parte da vida e do próprio desenvolvimento do ser humano. Viver sem assumir riscos implica em apenas sobreviver deixando o tempo passar sem sair da zona de conforto.

A vida é repleta de erros, os quais proporcionam crescimento e aprendizado. Correr riscos, de forma calculada e, de repente, sofrer uma “mossa”, quer dizer, sofrer um “machucado” (obter resultados inesperados), faz parte do processo de evolução do ser humano.

Imagine um piloto de F1 que decidiu guiar setenta e oito voltas de uma corrida sem correr riscos: largou na 12ª colocação e durante toda a prova não realizou sequer uma ultrapassagem, mesmo guiando um carro competitivo. Guiou cada volta com todo o cuidado e perfeição, sem tocar na “zebra” uma única vez. Por conta disso, só precisou trocar os pneus uma única vez apenas por força do regulamento e não ofereceu resistência às tentativas de ultrapassagem dos pilotos que largaram na parte de trás do grid. Resultado: realizou uma corrida monótona e perfeita, se imaginarmos o motorista de um veículo de passeio em pleno período de férias, viajando sem pressa para chegar ao destino. Terminou a prova na 15ª colocação, portanto, não foi eficaz, não correu riscos e não cumpriu o propósito de uma corrida de F1, que é competir e buscar o melhor resultado possível.

Assim acontece em uma partida de futebol: atacar o adversário implica em correr algum risco no setor de defesa, mas essa postura faz parte do jogo. O que espera o torcedor é que seu time entre em campo com disposição para vencer. É comum, em entrevista ao final das partidas, uma equipe que saiu derrotada, para justificar o resultado, colocar a culpa no árbitro, nas condições do gramado, na postura defensiva da equipe adversária, enfim, se preocupa apenas em reclamar, reclamar e apontar culpados pela sua ineficiência. A busca constante pela vitória, a vibração no momento do gol e o espirito de equipe são características de times vencedores.

Assim deve acontecer com times de vendas, ou seja, equipes de vendas vencedoras têm brilho nos olhos, vibram a cada conquista, possuem espírito de equipe e estão focadas em atingir as metas de vendas.

Em nosso dia a dia não é muito diferente. O profissional que atua fazendo apenas o trivial tende a se manter no mesmo estágio. Correr riscos faz parte da vida de todo e qualquer ser humano, seja na vida pessoal ou profissional, afinal…

Os profissionais de sucesso, portanto, se distinguem pelo entusiasmo; pela busca por capacitação pessoal e profissional; motivação; bom relacionamento com pares, chefias e clientes; atingem metas e, ainda, possuem boa capacidade de planejamento, organização e controle.

“Quem não arrisca não petisca”, essa é uma expressão popular muito utilizada para definir um indivíduo que não é ousado, não age ou não corre riscos e, dessa forma, perde oportunidades de alcançar seus objetivos e sonhos e pode sofrer por conta de arrependimentos e/ou frustrações.

É importante estar preparado para aproveitar as oportunidades que passam pela nossa vida, afinal, como bem ilustra um clássico ditado popular: “O cavalo selado só passa uma vez, e você tem que pular nele”.

O tempo não volta e muitas vezes, por medo ou por limitações impostas pelas crenças ou traumas carregados ao longo da vida, oportunidades são perdidas.

O medo é uma emoção comum sentida em diferentes momentos da nossa vida. Existem dois tipos de medo: os medos reais, que nos protegem dos perigos, e os medos irreais — criados pela mente e que impedem determinadas pessoas de explorar todo seu potencial.

São esses alguns tipos mais comuns de medo: ficar doente; morrer; falar em público; altura; água; sangue; escuro, enfim…

A procrastinação, de certa forma, tem relação com o medo de correr riscos e aqui vale um trocadilho que se encaixa àquelas pessoas que evitam correr riscos: “Não faça hoje o que você pode deixar para fazer amanhã”. A falta de autoestima e segurança é, portanto, um problema que afeta a realização das atividades, uma vez que a pessoa evita concluir algo para não ser avaliado pela entrega.

Ao longo da vida, nos deparamos com situações que nos conduzem à tomada de decisões, sejam elas, a depender do momento, com maior ou menor riscos. O êxito ou possíveis “machucados”, consequência de nossas decisões, fazem parte da vida.

E por falar em correr riscos, me arrisquei escrever esse artigo na expectativa de que você, leitor, goste do texto e reflita sobre o tema.

*Valtermário Rodrigues (foto) é Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial Salvador; Bacharel em ADM; MBA em Gestão de Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador em RH” – “Motivação em Vendas” e “Planejamento Estratégico para a Vida”

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