Produção de veículos cresce 5% em janeiro e 12,9% em unidades emplacadas

“Não sabemos se continuaremos com um crescimento significativo de vendas ou se começaremos a ter uma certa desaceleração”, afirmou o presidente da Anfavea

Por Karin Fuchs

No primeiro mês do ano, em comparação com janeiro de 2022, a produção de Autoveículos, incluindo todas as categorias, teve um crescimento de 5%, com 153 mil unidades, as vendas totalizaram 142,9 mil unidades, alta de 12,9%, e as exportações cresceram 19,3%, somando 33 mil unidades. Os números foram apresentados em coletiva de imprensa da Anfavea.

Dados de emplacamento

Emplacamentos – Na análise do presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, não preocupa a queda de 34,1% no volume de emplacamentos em janeiro em relação ao mês anterior, já que historicamente dezembro é um mês mais forte de vendas, mas sim quando comparado à baixa base de janeiro de 2022, que terminou o mês com 126,5 mil unidades comercializadas. “Não sabemos se continuaremos com um crescimento significativo ou se começaremos a ter uma certa desaceleração”, disse. Nos meses de janeiro de 2020 e 2021, foram 193 mil e 170 mil unidades comercializadas de Autoveículos, respectivamente.

Dados de Emplacamento novas tecnologias

Produção – Quanto ao resultado da produção do mês janeiro, Márcio comentou que foi um crescimento tímido. “Comparado a janeiro de 2022, que foi o momento de maior incerteza de falta de insumos, neste ano, não temos esse problema tão evidente. Ainda assim, foi um crescimento mais tímido. Em janeiro, o problema do mercado foi mais de demanda do que de oferta”.

Tecnologia – No segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas de híbridos e eletrificados somaram 4,5 mil unidades em janeiro, resultado 76% superior ao do mesmo mês de 2022 e 19,4% inferior em relação ao mês anterior. Apesar de não ser uma base tão expressiva, o volume de emplacamentos em janeiro deste ano é superior ao resultado de todo o ano de 2018: 4 mil unidades. Em todo o ano de 2022 foram emplacados  49,3 mil automóveis e comerciais leves híbridos e elétricos.

“Entre os eletrificados, 90% são híbridos e eles têm uma pegada bastante interessante em termos de industrialização e utilização dos nossos biocombustíveis. Para os elétricos, o maior desafio da Anfavea é trabalhar para que tenhamos infraestrutura no País para este mercado crescer mais e conquistar um volume maior, inclusive para produção local”, expôs Márcio.

Descarbonização – Com base em um cálculo, o executivo da Anfavea disse que o Brasil é o país mais avançado do mundo em descarbonização. “A frota circulante é em torno de 44 milhões de veículos leves, 40 milhões são movidos a gasolina e a etanol. Hoje, das vendas dos postos de combustível, 30% são de etanol e 70% são de gasolina. Na conta deste abastecimento em termos de emissões, podemos dizer que no Brasil nós teríamos 8 milhões de veículos elétricos rodando; um motivo de conquista e de muito orgulho para o País. Em descarbonização, o Brasil é mais avançado do que qualquer outro país”.

Highlights 2023

Pesados – No segmento de caminhões e ônibus, os números foram apresentados por Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea. Especificamente caminhões tiveram um crescimento de 20,1% no volume de emplacamentos em janeiro quando comparado ao mesmo mês de 2022 e ônibus, alta de 65% com 1,7 mil unidades, na mesma base comparativa. Em relação ao mês de dezembro, a queda foi de 16,2% para caminhões e de 25,2% para ônibus.

O resultado para caminhões reflete a mudança de patamar tecnológico para o Proconve Fase 8. “O fenômeno foi bastante semelhante com o que ocorreu na mudança para o P7, de 2011 para 2012. Em janeiro de 2011 foram licenciados 13 mil veículos, no mês anterior, 15,6 mil unidades”, comentou Gustavo, acrescentando que ônibus segue a mesma tendência com a mudança de tecnologia.

Máquinas agrícolas e rodoviárias: Vice-presidente da Anfavea, Ana Helena Andrade, apresentou dados sobre ambos os segmentos. Na comparação anual, 2023 com 2022, a alta foi de 19,7% ou 67.385 unidades comercializadas de máquinas agrícolas e de 29,2% ou 37.783 para máquinas rodoviárias. “Foi um ano mais excepcional para máquinas rodoviárias, com um crescimento muito robusto para este segmento”, afirmou.

Reindustrialização – No início da coletiva, Márcio falou sobre a abertura da filial da Anfavea em Brasília (DF). “A Anfavea tem muito a contribuir com a reindustrialização do País. Nesta semana, junto ao poder público, nós recebemos autoridades na casa da Anfavea onde discutimos consócios com nossas associadas e com o governo, foi um grande momento para o nosso setor. O presidente Lula tem o compromisso com a industrialização do País, precisamos ter condições de vendas para o mercado. Com a taxa de juros atual, o consumidor tem saído do mercado. É fundamental trazê-lo novamente para aumentar o volume da indústria e de geração de empregos”, defendeu.

Em relação aos semicondutores, o executivo afirmou que não se trata apenas de pensar em produção, mas sim, em competitividade, e defendeu a reforma tributária. “Ela é prioridade para o governo, indústria, sociedade e, principalmente, para o setor automotivo. Estamos discutindo e levando conhecimento técnico da nossa indústria e da cadeia de suprimentos, estamos trabalhando junto ao governo”.

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