Anfavea projeta fechamento do ano com 2,29 milhões de unidades emplacadas

No segmento de leves, aumentou neste ano a proporção de vendas de usados em relação aos novos. Para 2024, as vendas de eletrificados é um dos destaques, devendo chegar a 143 mil unidades emplacadas

Por Karin Fuchs

Pelas previsões da Anfavea, até o término deste ano, 2,29 milhões de veículos deverão ser emplacados, 8,8% acima de 2022, com uma participação de 2,16 milhões de veículos leves, alta de 6,6%. A entidade também apresentou as projeções para 2024. A estimativa é de 2,45 milhões de veículos emplacados, 7% acima deste ano, sendo 2,30 milhões a participação dos leves. Os números foram apresentados na última coletiva da entidade neste ano.

Por segmento, continua em alta o volume de emplacamentos de SUVs, que começou o ano com uma participação de 40,3%, caiu um pouco em julho, para 38,1%, mês do bônus concedido pela MP 1.175/23, e em novembro representou 42% dos emplacamentos. Na mesma base comparativa, os hatches tiveram uma participação de 24,3%, 28,6% e 24,4%, respectivamente. As picapes, 17,3%, 16% e 17,7%, enquanto os sedãs tiveram uma participação de 14,5%, o mesmo percentual em julho e de 12,8% em novembro.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, mostrou que houve um aumento expressivo na participação dos importados, de 16,8% em novembro, ante 14,7% no mesmo mês de 2022. “Em dezembro, a previsão é de 18%, em dezembro do ano passado era de 13,7%”. Ele também falou sobre a mudança da participação por origem. No acumulado de 2022 até novembro, a Argentina tinha 73% do total e cai para 64% no mesmo período deste ano. Na contramão, a China passou de 3% para 10% e o México de 6% para 9%.

Novas tecnologias

Outro destaque na coletiva da Anfavea foi o incremento do volume de veículos eletrificados. Para o fim deste ano, a previsão é terminar com 88,8 mil unidades emplacadas (73,6 mil híbridos e 15,5 mil elétricos), 80% acima de 2022. Para 2024, o previsto é chegar a 143 mil unidades emplacadas (117,9 mil híbridos e 24,1 mil elétricos), 61% a mais que em 2023.

Sobre como isso será possível com o aumento da taxa de importação, já que a maioria desses veículos é importada, o presidente da entidade explicou. “Serão três novas montadoras tradicionais lançando produtos eletrificados durante o ano. A GWM já tem uma participação importante no mercado e começará a sua produção no próximo ano. Da BYD, a expectativa era começar a produção em 2025, mas recentemente há divulgações de que isso pode acontecer em dezembro de 2024”.

Venda direta

Leite também falou sobre a venda direta (locadora) e o que mudou neste mercado. “A venda direta sempre se manteve no patamar de 1 milhão de unidades e terminará 2023 com 1,1 milhão. Como a venda a varejo perdeu o fôlego, a venda direta passou a ter um percentual maior (48% em 2023, ante 29% em 2014). Boa parte dessas vendas, que era para o varejo, passou para a venda por aplicativo através da locadora. Então, nós também incrementamos um pouco as vendas diretas nesta alteração de preferência do consumidor”.

Proporção de vendas de novos e usados

Um levantamento feito pela Anfavea comparou a proporção de vendas de veículos novos e usados em um período de 10 anos. Enquanto em 2013 para cada 0km vendido foram vendidos 2,6 usados. Neste ano, as projeções apontam para uma diferença de 5,1 vezes, com 2,2 milhões de 0km comercializados e 11 milhões de usados.  

Linha pesada

No acumulado do ano até novembro, houve uma redução significativa no volume de caminhões emplacados. A previsão para o fechamento do ano é de uma queda de 15,2% em comparação a 2022, somando 107,4 mil unidades, o que foi justificado pela entidade pela transição do P7 para o P8 e, consequentemente, a antecipação da compra em 2022; e pela alta de taxa de juros neste ano e a dificuldade de acesso ao crédito. Ao contrário, o segmento de ônibus deve fechar 2023 com um crescimento de 18,8% e 20,6 mil unidades emplacadas.

Produção

Para finalizar, a produção de veículos neste ano teve uma queda de 0,5%, justificada pela retração das exportações e incremento das importações, devendo fechar o ano com 2,359 milhões de unidades. Para 2024, a Anfavea prevê que este número chegará a 2,470 milhões. Confirmada a estimativa, o resultado será de 4,7% acima deste ano. Ainda que os números sejam animadores, nas palavras de Leite, “precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade. Acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”.

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