Resultados da Fenauto, Fenabrave e Anfavea em setembro e no ano

Emplacamentos de veículos novos atingem a marca de 2.000.000. Entre os seminovos e usados, o volume de transações pode chegar a 17.000.000 na reta final deste ano

Faltando menos de três meses para o término do ano, a Fenauto projeta que o volume de transações de veículos seminovos e usados ultrapassará a marca de 15.700.000 de unidades em 2024, ficando entre 16.000.000 e 17.000.000 neste ano. No acumulado de janeiro a setembro, a venda de veículos usados totalizou 13.478.486 unidades comercializadas, 16,4% acima do mesmo período de 2024. Mesmo com um recuo nominal de 1,3% em setembro, 1.697.154 veículos foram transacionados, a expectativa é que o ritmo acelere nos próximos meses.

De acordo com o presidente da entidade, Enilson Sales, “o mercado de seminovos vem apresentando uma performance positiva e consistente neste ano, o que nos leva a prever um novo recorde. Os meses de final de ano são historicamente mais intensos em termos de vendas. Por isso, acreditamos que essa reta final deve trazer números ainda mais fortes para o setor, reforçando o veículo usado como a opção mais sólida e vantajosa para o consumidor brasileiro”, afirmou.

Presidente da entidade, Enilson Sales – Foto: Divulgação

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Os mais procurados em setembro

Fonte: Fenauto

Auto

VW – GOL                                74.752

GM – ONIX                              41.375

HYUNDAI – HB20                    39.405

Comerciais Leves

FIAT – STRADA                         40.531

VW – SAVEIRO                        24.305

TOYOTA – HILUX                      20.386

Comerciais Pesados

VOLVO – FH                             3.029

FORD – CARGO                       2.707

M.BENZ – Axor                       1.539

Veículos novos seguem em alta

Pelos números da Fenabrave, mais de 3.700.000 milhões de unidades foram emplacadas no acumulado até setembro, representando um crescimento de 7,46% em comparação ao mesmo período de 2024. Somente em setembro, a alta foi de 9,16% sobre o mês anterior. Os dados se referem à soma de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros.

No segmento de automóveis e comerciais leves foram 1.807.438 unidades emplacadas de janeiro a setembro, 3,26% a mais do que no mesmo período de 2024. Somente automóveis totalizaram 1.411.116 unidades, 3,05% acima do mesmo período de 2024. Especificamente em setembro, o volume de emplacamentos de veículo leves ficou em 231.370 unidades, 7,88% acima do mês anterior, puxado pela recuperação de comerciais leves, com 52.882 unidades, 25,14% a mais do que no mês anterior. “Estamos com crescimento acumulado, mas menor do que imaginávamos, o que demonstra retração no movimento ascendente estimado para os segmentos neste ano”, comentou  Arcelio Junior, presidente da Fenabrave.  

Arcelio Junior, presidente da Fenabrave – Foto: Divulgação

Entre os eletrificados, a maior expansão é dos híbridos. Em setembro foram 27.119 unidades emplacadas no total, sendo 19.080 híbridos e 8.029 elétricos. No acumulado do ano com 191.558 unidades emplacadas, o crescimento foi de 56,31% sobre janeiro a setembro de 2024. Híbridos contribuíram com 138.409 unidades, 80,7% acima do mesmo período de 2024, e os elétricos, com um total de 53.149 unidades, cresceram 16,22% na mesma base comparativa. 

“Os híbridos têm sido mais procurados, por sua versatilidade, e vêm ganhando mercado, incluindo novas marcas”, afirmou Arcelio Júnior, e ao se referir aos 100% elétricos, disse ele, “o crescimento é justificado pela entrada de novas marcas neste mercado, mas em volumes ainda baixos, comparativamente aos híbridos e movidos à combustão”, explicou.

Pesados

Em setembro, os emplacamentos de caminhões tiveram recuperação, somando 9.579 unidades, 8,79% acima do mês anterior, já no acumulado do ano até setembro, com 81.843 unidades emplacadas, o segmento registra queda de 7,58% na comparação com o mesmo período de 2024. “Apesar do aumento, provocado pelo dia útil a mais, em setembro, o acumulado do ano, assim como o comparativo com setembro de 2024, demonstra a retração das vendas em caminhões. O crédito ainda está com taxas pouco atrativas e o desempenho da indústria de transformação, do agronegócio e construção civil, por exemplo, não estimulam a renovação da frota, neste momento”, avaliou o presidente da Fenabrave.

Já o segmento de ônibus acumula resultado positivo no ano. Até setembro foram emplacados 21.238 ônibus, 8,19% acima do mesmo período de 2024 e somente no mês de setembro, com um total de 2.316 unidades, o crescimento foi de 12,81% sobre o mês anterior, porém, 5,47% inferior a setembro de 2024. “O mês de setembro apresentou aumento, assim como no acumulado do ano. Porém, já sabíamos que com o atendimento de todos os pedidos do Programa Caminho da Escola haveria redução de crescimento e os dados estão condizentes com as projeções da Fenabrave”, comentou Arcelio Junior.

Desaquecimento

No mês de setembro, as associadas da Anfavea relataram uma queda de 1,5% na produção de veículos em relação ao mês anterior. Foram produzidos 230.500 veículos leves, ante 235.300 em agosto, e 12.900 veículos pesados, 200 unidades a mais do que no mês anterior. Incluindo os dois segmentos, o terceiro trimestre terminou com recuo de 0,8% ante o mesmo período de 2024, impulsionado, principalmente, por caminhões, que retraíram 9,4% ante o terceiro trimestre de 2024 e, leves, 0,3% na mesma base comparativa. O segmento com melhor resultado de produção no ano é o de ônibus, 13,4% acima de janeiro a setembro de 2024.

No volume de emplacamentos, a Anfavea computou 243.220 unidades em setembro, 7,9% acima do mês anterior e 2,9% a mais do que em setembro de 2024. Deste total, 231.500 são veículos leves e 11.800, pesados. No acumulado do ano até setembro, o volume chegou a 1.910.900, 2,8% superior ao volume do mesmo período de 2024, sendo 1.809.200 veículos leves e 101.800 veículos pesados. Na semana da coletiva de imprensa da entidade (8/10), o número de emplacamentos chegou à marca de 2.000.000 de unidades.

O Programa Carro Sustentável contribuiu para o resultado, amenizando a queda acumulada no varejo, de 8,1% de janeiro a setembro. Entre os meses de setembro/2025 e setembro/2024, com um aumento de 24,2% entre as cinco marcas participantes. “Os números do período de julho a setembro nos preocupam por indicarem a perda da tração que verificamos na primeira metade do ano e nos impõem o desafio de uma recuperação considerável no último trimestre, diante de uma base muita boa do final do ano passado”, afirmou Igor Calvet, presidente Anfavea.

Igor Calvet, presidente Anfavea – Foto: Divulgação

Exportações em alta

O melhor indicador da Anfavea são as exportações, com um crescimento de 51,6% de janeiro a setembro em comparação ao mesmo período de 2024, somando 430.800 unidades. Os embarques para a Argentina aumentaram 130,6% no acumulado deste ano; um volume tão representativo para manter a alta de 6% na produção acumulada deste ano. Por outro lado, preocupa o fim do acordo bilateral com a Colômbia e a criação de um Imposto de Importação de 16,1% para automóveis brasileiros já neste mês de outubro. No acumulado do ano as exportações para a Colômbia totalizaram 38.472 unidades, 55,2% acima do mesmo período de 2024. Preocupa também a desaceleração da economia do México, 2º maior mercado para as exportações de automóveis brasileiros.

COP30

Na coletiva à imprensa, realizada no dia 8 de outubro, o presidente Igor Calvet falou sobre a agenda da Anfavea ao longo da COP30, em novembro, em Belém (PA). “Vamos apresentar um estudo inédito que mostra como a nossa frota é a de menor pegada de carbono no planeta, considerando a avaliação de todo o ciclo de vida dos veículos, e como temos potencial para seguir dando exemplo de descarbonização para o mundo”, finalizou.

 

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